quarta-feira, 9 de maio de 2012

O segredo das dez mil horas (por Claudia Carraro)

Qual é o segredo do sucesso profissional? Quais são as profissões promissoras para o futuro? Para se dar bem em uma profissão precisa ter talento? E talento inato, existe?

Assuntos relacionados à carreira e talentos estão sempre presentes em empresas e universidades. Psicólogos especialistas em orientação profissional e de carreira tem debatido ha anos sobre as questões relacionadas ao talento. Por que somente algumas pessoas conseguem atingir o sucesso? Qual é o segredo?

A pessoa já nasce com talento e pré-destinada a seguir determinada profissão? 

Afinal, talento inato existe?

A resposta é sim, talento inato existe. Podemos citar  algumas pessoas que desde muito cedo já se destacam pelo talento, como por exemplo, o jogador de futebol

Neymar, a menina pianista Crystal e muitos outros. Porém, sem preparação e dedicação, o talento não leva sozinho ninguém ao sucesso.


Para comprovar a importância da preparação no desenvolvimento de talentos, no inicio da década de 90, um estudo foi realizado com os estudantes violinistas da Academia de Música de Berlim, pelo psicólogo K. Anders Ericsson e mais dois colegas. Para a realização do estudo, eles formaram três grupos de violinistas: no primeiro grupo ficaram aqueles alunos que tinha potencial para se tornarem violinistas de nível internacional, no segundo, foram reunidos os bons violinistas e no terceiro grupo, aqueles alunos que dificilmente chegariam a tocar como profissionais.

Para todos os alunos, os psicólogos fizeram a seguinte pergunta: Ao longo de sua carreira, quantas horas você praticou?

Todos os violinistas começaram a tocar por volta dos cinco anos de idade, praticando nesta época cerca de três horas por semana.  Após os oito anos de idade as diferenças no tempo de prática começaram a surgir. Os melhores alunos praticavam seis horas semanais aos nove anos, oito horas aos doze e dezesseis horas aos quatorze anos. Aos vinte anos estavam praticando bem mais que trinta horas semanais.

Aos vinte anos de idade os alunos do terceiro grupo, aqueles que dificilmente chegariam a tocar como profissionais haviam praticado pouco mais que quatro mil horas, os bons violinistas oito mil horas e os com potencial para tocar internacionalmente dez mil horas.

Essa pesquisa revela que foram necessárias dez mil horas de prática para que os alunos fossem considerados com potencial para tocarem profissionalmente.

Um fato importante foi que os pesquisadores não encontraram no grupo ninguém que tinha conseguido chegar ao topo sem esforço. Também não identificaram ninguém que tinha praticado as dez mil horas e não estava entre os melhores. A pesquisa também indicou que quando uma pessoa tem capacidade suficiente para ingressar em uma escola de alto nível, o que vai distingui-la dos demais é o grau de esforço, pois talento todos tem para estarem ali.

A pesquisa chegou a esse número “mágico” de dez mil horas para o alcance da destreza. Dez mil horas equivalem a cerca de três horas por dia, ou vinte horas por semana de prática ou estudo durante 10 anos. Quem deseja alcançar a destreza em menos tempo, precisa dedicar mais horas de estudo e prática por dia ou semana.

Esse exemplo vale para qualquer coisa que se queira alcançar, como por exemplo, fluência em um segundo idioma, passar no vestibular em uma universidade concorrida, ter experiência e reconhecimento em uma determinada profissão.

Muitas pessoas com talento fracassam, pois não dão importância à preparação, a dedicação e a disciplina. Tornam-se autoconfiantes demais.

Portanto, o segredo do sucesso profissional é a junção do talento com a preparação. A pessoa precisa primeiro, através do autoconhecimento, descobrir qual é seu talento e a partir dai, concentrar os esforços naquilo que já é bom, praticar até alcançar a excelência e manter a dedicação e a disciplina para manter-se no pódio.

Não há recompensa sem esforço, quem quer ter sucesso profissional, precisa no mínimo ter as dez mil horas de preparação.

Sucesso a todos!

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